sábado, 21 de junho de 2008

O CONTEXTO HISTÓRICO DA TEORIA DE THOMAS MALTHUS



A Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, teve forte repercussão na organização do espaço social de alguns países. Ocorreram muitas mudanças, como a migração do campo para a cidade, novos hábitos foram adquiridos e também com as relações trabalho.

Após a Revolução Industrial, a população urbana começa a conviver com melhores condições de vida e melhores serviços de saúde. A evolução na medicina contribuiu para a melhoria dos serviços de saúde, diminuindo assim a mortalidade da população em geral.

Com a qualidade de vida e condições melhores, houve o aumento do número de habitantes, principalmente nas áreas que se industrializaram primeiro. Por volta de 1750, ocorreu o processo de crescimento populacional nos países europeus que acompanharam a primeira fase da Revolução Industrial.

Foi durante esse período que se iniciaram as preocupações com o aumento no número de habitantes, e assim começaram a surgir às teorias populacionais.

A teoria de Thomas Malthus surge então neste contexto. A teoria de Malthus, dizia que a população tinha um potencial de crescimento ilimitado enquanto a natureza tem recursos limitados para alimentar a população que crescia. A partir disso, acreditava-se que a população iria conviver com a fome, doenças e epidemias, e, conseqüentemente com a desestruturação da vida social.

Nessa teoria, Malthus defendia o controle moral, com normas de conduta, que incluíam a abstinência sexual e o adiamento do casamento, que eram permitidos com a comprovação de renda para sustentar o filho. Essas normas atingiram a população pobre, que para Malthus eram os responsáveis pela pobreza, pois se casavam cedo e tinham muitos filhos.

TEORIA NEOMALTHUSIANA E SEU CONTEXTO HISTÓRICO

Essa teoria se baseia no crescimento populacional nos países subdesenvolvidos, pois, esse crescimento provocaria a escassez de recursos naturais, o crescimento da pobreza e o desemprego.

Para tentar evitar todo esse transtorno para a população, os neomalthusianos elaboraram políticas de controle da natalidade, o conhecido "planejamento familiar".

Essa teoria foi originada no final da 2ª Guerra Mundial, quando o crescimento populacional atingiu níveis elevados. Segundo Malthus, a fome, a pobreza e a miséria são conseqüências do grande número de pessoas e estes só seriam solucionados através de um rigoroso controle de natalidade.

Na política implantada com o planejamento familiar, foram distribuídas, anticoncepcionais e feitas esterilizações em massa. Essas idéias reduziram a natalidade, mais geraram muitas críticas.

TEORIA REFORMISTA


Essa teoria foi elaborada em resposta a teoria neomalthusiana. Segundo a teoria reformista, uma população jovem e numerosa, em virtude de elevadas taxas de natalidade, não é causa, mas conseqüência do subdesenvolvimento.

Nos países desenvolvidos, onde o padrão de vida da população é alto, o controle da natalidade ocorre paralelamente a melhoria da qualidade de vida da população e espontaneamente, de uma geração para outra.

Em países subdesenvolvidos uma população numerosa só é empecilho para o desenvolvimento de suas atividades econômicas, quando não são realizados investimentos sociais, em especial na educação e saúde.

Os investimentos na educação são essenciais para melhorar os indicadores sociais, pois quando a família está em condições miseráveis elas não irão ficar preocupadas em gerar menos filhos. Portanto, quanto maior a escolaridade menor é o número de filhos e a taxa de mortalidade.

De todas as teorias, a reformista é a que melhor retrata os fatores que geram o subdesenvolvimento político, social e econômico. Dessa forma a teoria reformista derruba as teorias de Malthus.

A TEORIA DE THOMAS MALTHUS NO SÉCULO XXI


A teoria por Thomas Malthus, no século XVIII, que assustou o mundo quando disse que a quantidade de alimentos não seria suficiente para toda população, nos dias atuais retorna com força total, mas não na questão da falta de alimentos, e sim com o aumento dos preços. Em sua teoria, Malthus sempre pregou que quem mais sofre com a falta de alimentos são os mais pobres, e é exatamente isso que preocupa as autoridades internacionais como, a Organização das Nações Unidas (ONU), o Banco Mundial (BIRD) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo dados da Revista VEJA de 2008, os preços dos alimentos aumentaram 57%, e isso poderá fazer com que mais de 100 milhões de pessoas conviva com a miséria absoluta.
Alguns cientistas dizem que a causa da fome é culpa dos biocombustíveis, o que para o Brasil é motivo de orgulho, para o mundo é motivo de medo. No Brasil o milho e a cana-de-açúcar são os principais produtos que produzem o combustível, mas são diferentes na forma de produção, e na utilidade da matéria-prima.
Apesar das críticas para o Brasil, o presidente Lula critica alguns cientistas dizendo que esses desconhecem a realidade brasileira, o que é verdade. A questão da falta de alimento, na verdade não é só culpa do Brasil, mas sim do aumento dos preços dos alimentos, no aumento do poder aquisitivo da população de alguns países; o aumento no preço do petróleo que eleva os gastos com transportes e insumos; com as mudanças climáticas e finalmente as epidemias em aves e bovinos que acaba reduzindo a oferta de alimentos.